O aborto é um assunto que tem
trazido muitas discussões desde há muitos anos com argumentos prós e contras e
com pontos de vista diversos. Recentemente o Cemicamp realizou pesquisa junto
aos médicos, o que trouxe novas discussões e velhos argumentos como o
apresentado no jornal Publimetro (São Paulo) de 25/09/2007, na seção de cartas.
Um leitor escreve defendendo o aborto, porém seus argumentos são equivocados e falaciosos.
Não cito o leitor porque não tenho o objetivo de um debate entre pessoas e
porque seus argumentos tem sido os mesmos que tenho visto pela maioria dos
defensores do aborto, ou seja, ele apenas expôs uma ideia comum. Inicia
escrevendo que "nos dias de hoje é hipocrisia ser contra o aborto" e
nos dá a entender que é assim porque "é um procedimento que acontece todos
os dias". Essa tese é equivocada porque quando se defende o valor
fundamental de todo ser vivo, que é a vida, deve-se defendê-lo em todas as
épocas, mesmo que a moral e os costumes tenham mudado. As nossas vidas, pessoas
não inocentes, devem e têm sido protegidas pelas leis, quanto mais a de seres
humanos que nem tiveram a oportunidade de cometer qualquer mal, ou seria um mal
ter ganho a vida?
Assassinatos acontecem todos os
dias, sequestros acontecem todos os dias, e outras barbáries acontecem todos os
dias. Já que acontecem todos os dias vamos descriminá-las? É certo que não.
Acontecer todos os dias, não importando os motivos, não torna uma coisa mais ou
menos horrenda, ainda que nossa mente fique cauterizada e nossos corações
endurecidos para as desgraças do dia-a-dia. Mais adiante, defende "que um
dos grandes motivos da miséria social é a densidade demográfica". Ora, se
a densidade demográfica fosse tão aterradora para causar a miséria social por
si só, estaríamos mais que perdidos. Países como o Japão, com alta densidade
demográfica, e mesmo a Europa, que está apenas com baixo índice de natalidade,
seriam desgraçados e miseráveis. Os Estados Unidos têm aproximadamente mais que
o dobro de habitantes do Brasil e é a maior potência econômica do planeta! Se a
baixa densidade demográfica garantisse a riqueza, seríamos milionários. A
amazônica e o nordeste seriam as regiões mais ricas do país! A miséria social
decorre da corrupção que é fruto da miséria de espírito e falta de moral e amor
aos seus semelhantes, inclusive àqueles que estão por nascer e não pela
quantidade de pessoas que nascem.
E por fim escreve que "se as
pessoas querem ter filhos, que seja uma opção e não uma imposição social."
Hoje existem tantos métodos contraceptivos que chega a ser uma insensatez
defender o aborto como forma de se evitar filhos. Além de que, aqueles que
estão abortando não foram obrigados a "fazer" a criança. Não houve
imposição social a eles. Eu e minha esposa temos a quantidade de filhos que
desejamos e que vieram no momento que planejamos. Com certeza pedimos uma ajuda
a Deus, pois ele ouve aqueles que se dobram em sua presença. Não pedimos para
ter. Não temos problemas para gerar filhos. Pedimos para ter apenas dois e
naquele momento. O sexo deve ser feito com responsabilidade e quem assim não o
fizer, deverá assumir as consequências e educar uma criança e não lhe tirar a
vida.
Poderíamos levantar várias
questões a respeito do assunto e tecermos vários comentários contra o aborto e
em diversas situações, mas o objetivo por enquanto foi apenas contrapor uma ideia
corrente a favor do aborto e mostrar como podem ser falaciosas e nos levar a
apoiar o que não queremos. Coloquemos em mente: o aborto é um atentado contra a
vida, não resolve o problema da miséria e não é método para se evitar filhos.
Lucas Brizzola
Escrito em 12/12/2007
Veja o vídeo Gianna Jessen -
Sobrevivente de um aborto - parte 1
Repúdio à campanha abortista de
atores
Este artigo também foi publicado
em:
O Estandarte. Órgão oficial da
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. Ano 117 - nº 7 - Jul/2009 - pg 23.
Fé & Ação no Vale. Órgão
oficial da Igreja Evangélica Missionária do Brasil. Ano 01 - Edição 04 - Dez/08
- g 6.
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