Há
uma proposta que ainda circula nas redes sociais e internet como um todo: “todo
menor de idade que cometer um crime perderá o direito de ser tratado como
menor, passando assim a responder pelos crimes por ele cometidos.”
É
verdade, todos devem assumir pelos erros que comete, mas ao invés de fazermos
campanha para a punição de menores, não deveríamos fazer a campanha para que
eles tivessem condições dignas de viver?
É
muito fácil, para nós que temos internet e outras coisas mais, ficarmos
conclamando a punição como se fôssemos apenas vítimas. Como cidadãos, é isso
mesmo que devemos fazer. Um cidadão luta pelo cumprimento das leis. Mas é só
isso?
Como
seres humanos deveríamos lutar para que esses menores tivessem condições dignas
de viver. Que eles tivessem escola e educação. Que seus pais tivessem trabalho
e consciência para cuidar deles. Como seres humanos deveríamos lutar pela
igualdade de condições e oportunidades entre as pessoas e em consequência, a
diminuição da criminalidade.
Como
cristãos, católicos, protestantes ou religiosos de qualquer religião não deveríamos
lutar pela morte. A morte é o que decretamos a esses menores que deixamos
perecer nas ruas, sem pais, sem família, sem esperança, sem comida e com “amigos”
que os ensinam a sobreviver cometendo crime, por que é isso que lhes resta.
Como
cristãos deveríamos lutar pela justiça e não pelo direito. O direito vem dos
homens, a justiça vem de Deus. Justiça não é o cumprimento da lei. Existem leis
injustas. Justiça é o cumprimento da sentença proclamada por Deus: o preço do
pecado é a morte (1). Seria muito simples aplicar isso aos menores infratores,
mas todos nós estamos nessa condição, já que "não há nenhum justo, nem um
sequer" (2) e todos, – sim, todos, eu e você – pecaram e precisam da justificação
em Jesus Cristo (3). E justificação nada mais é do que a declaração do juiz de
que o réu, ainda culpado, é justo. E essa declaração de Deus, que o culpado é
justo, é o presente que precisamos receber “de grátis” dele, o qual é a vida
plena em Cristo Jesus.
Como
cristãos deveríamos lutar pela vida. Enquanto o cidadão luta pelos direitos e
os seres humanos lutam por melhores condições de vida, os cristãos lutam para
que as pessoas tenham a vida eterna que começa aqui e agora. Essa é uma vida de
transformação. Transformação da pessoa que assume um compromisso de vida com
Cristo e transformação das estruturas da sociedade para que haja mais equidade,
que a criminalidade, de menores e adultos, seja diminuída porque uma pessoa que
segue os princípios de Jesus procura viver uma vida de paz e bondade.
Como
cristãos deveríamos lutar pela libertação. Lutar para colocar pessoas em
prisões é lutar pelo encarceramento e não pela libertação. Atrás de menores
infratores há adultos perversos, que os escravizam o os obrigam ao crime. O
cristão deve ir aos becos, e outros buracos com crianças escravizadas, levando
libertação e transformação. O cristão deve ir às famílias desestruturadas que
tem seus filhos presos às drogas e que por isso roubam e matam. Famílias de
pobres, da classe média e de ricos, não importa, onde tiver um escravizado do
pecado, um cristão deve ir e levar libertação.
Então,
o que deveríamos reinvidicar por nossos menores: a punição por serem levados ao
crime ou a libertação da opressão e escravidão e, momentos de brincadeiras,
estudo e a transformação em um adulto sadio e útil na sociedade, ou seja, a
vida!
Que
os criminosos paguem por seus crimes, mas que não sejamos nós os que os levam
ao crime.
(1)Romanos
6:23. In: Bíblia sagrada. Nova Versão Internacional (NVI). Disponível em <http://www.irmaos.com/bibliaonline/>.
Acesso em 19/07/2013
(2)Romanos
3:5. Idem
(3)Romanos
3:23. Idem
Lucas
Brizzola
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